Arte, Cultura e Filosofia

“Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.” (Sidarta Gautama, o Buda)

A mensagem é sempre examinar e ver por si mesmo. Quando você vir por si mesmo o que é verdadeiro — e esse é realmente o único modo pelo qual você pode conhecer genuinamente qualquer coisa — quando isso acontecer, aceite—o. Até aí, apenas deixe de lado o julgamento e a crítica.


"Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco."

quinta-feira, 10 de junho de 2010

PIPOCAS DA VIDA


Quero virar pipoca!!
E você?


“ Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser
milho para sempre. Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando
passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida
inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza
assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu
jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que
nunca imaginamos: a dor.

Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um
filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade,
depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a
possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela,
lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora
chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada
em si mesma, ela não pode imaginar um destino
diferente para si. Não pode imaginar a transformação
que está sendo preparada para ela. A pipoca não
imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso
prévio, pelo poder do fogo a grande transformação
acontece: BUM!

E ela aparece como uma outra coisa completamente
diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca
que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas
que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa
do que o jeito delas serem.

A presunção e o medo são a dura casca do milho
que não estoura. No entanto, o destino delas é triste,
já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se
transformar na flor branca, macia e nutritiva.

Não vão dar alegria para ninguém. ”

(Rubem Alves)

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